22 de março de 2012

Chamados para ir à merda



"Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens” Mateus 5:13

Longe de mim querer cair naquela mesmice de falar sobre tempero, isso aqui não é um texto sobre culinária. Muito já se ouvir falar sobre aquela famosa analogia do sal que precisa fazer a diferença, e sobre como ele deve dar gosto nas coisas.

Hoje eu quero falar de uma propriedade diferente do sal. A antibactericida. Mas primeiro, uma história.

“Estávamos eu e mais dois amigos conversando com uma menina de uma igreja grande igreja de Curitiba, quando perguntamos sobre como funcionavam as coisas na igreja dela.  Ela disse: ‘Ah, la na minha igreja tem muito pastor. Na verdade cada ministério tem um pastor diferente. Tem pastor pro ministério de louvor, pastor do grupo das senhoras, pastor de pastores...’ Então eu falei: Tem até o pastor do ministério do banheiro, e o slogam deles é: ‘chamados para ir a merda’”.

Claro que ela não gostou da piada e a conversa morreu ali, mas depois essa ideia de ir a merda ficou na minha cabeça (é claro que eu não fui literalmente à merda). Até que descobri que o sal também tem o poder de purificar algo sujo, devido a sua propriedade antibactericida. A química explica que o sal é dotado de qualidades essencialmente conservadoras, mantém-se incorruptível, evitando a proliferação das bactérias que possa entrar em contato.

E você pode pensar. “Ta, e daí?”. E daí que como cristão sua missão é IR. Ir aonde está toda a sujeira desse mundo e fazer a diferença. Meu amigo, você também foi chamado pra ir à merda. Porque é lá que estão as pessoas que precisam de Jesus, e não no saleiro. 

Nós, cristãos, temos o hábito de lamentar a deterioração dos padrões do mundo. Criticamos sua violência, desonestidade, imoralidade, desrespeito para com a vida humana e sua ganância materialista. Mas, de quem é a culpa? Onde está o sal? Onde está a igreja? 

Por isso olhe para o irmão que está do seu lado e diga: "Vá à merda!". Por que é lá que você precisa estar. 

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23 de fevereiro de 2012

Heartless: Uma alegoria sobre o amor, vida e morte.

E então eu a vi. Sabe aquele momento em que você não lembra como era a sua vida antes de ter conhecido a pessoa que você sabe que a mudaria? Por isso eu não sei dizer exatamente como eu era antes dela.

Ela era diferente de todas que eu já havia visto. Sinceramente, jamais imaginei que poderia me apaixonar por alguém como ela. Todos diziam: “É impossível cara. Ela não é como você. Ela não é pro teu bico”. De certa forma, eles estavam certos...

... mas meu coração insistia em me enganar, dizendo que eu tinha alguma chance. Na minha cabeça, o simples fato de poder amá-la era suficiente, independente de qualquer diferença existente entre nós. Afinal de contas, qual o problema de se apaixonar por uma zumbi?

Não, eu não estava desesperado. Eu já tinha tentado me apaixonar por humanas normais. Eu havia até amado algumas de verdade. Mas com ela foi diferente. Geralmente, quando você olha pra uma mulher, você às vezes se incomoda com um calcanhar um pouco gordinho, um buço, ou o jeito dela falar, mas com ela eu simplesmente não me incomodava com esse tipo de coisa. Ela não tinha muita clareza na hora de falar, provavelmente por causa do vírus que a transformou numa morta-viva. Ela tinha aquele aspecto de pele necrosada e andava toda torta, mas eu achava charmoso até. Como eu disse meu coração realmente acreditava que seria possível amá-la.



Eu não sei se ela já havia me visto, e pensava a mesma coisa sobre mim, aliás, eu não sei se ela pensava. Como bem sabemos, comunicação não é o forte de um zumbi. Meus amigos não entediam. Diziam coisas como: “Ela tá morta cara! Isso não tem como dar certo”. E por causa disso, acabei me afastando deles. Quem são eles pra falar o que é certo? Quando um deles começou a namorar uma baixinha nariguda eu não falei nada, eu apoiei. E é assim que eles me apóiam que demonstram amizade? Se for assim, estou melhor sem eles então.

Nada nem ninguém vão ficar entre eu e a zumbi mais linda desse mundo.

Eu pedi, e como eu pedi a Deus pra que eu pudesse, de alguma forma conquistá-la. Até que um dia...
... lá estava ela. Eu lembro como se fosse hoje. Aqueles longos e sujos cabelos no rosto. A pele em decomposição, uma orelha faltando (por que não é fácil a vida de um zumbi). Era horário de almoço dela, eu acho, e ela estava junto com sua horda almoçando algum gordinho, isso não vem ao caso. O importante é que lá estava ela, e aquele seria o dia em que eu teria coragem de declarar o meu amor. De começar nossa vida juntos.

Eu nunca vou esquecer esse dia. Eu me aproximei, e disse: “Oi. Eu passo por aqui todo dia, eu estava te olhando, e acho que gosto de você e quero te dar meu coração” Eu não sei se ela me entendeu, eu estava declarando meu amor de uma forma metafórica. Então ela se levantou, com um pedaço de pele do gordo no canto da boca, toda suja de sangue. Me olhou com aqueles olhos vazios e penetrantes. E começou a se aproximar de mim, len-ta-men-te.

Eu não conseguia conter meu sorriso. Minha oração estava sendo respondida naquele exato momento. Ela colocou suas mãos sobre meu ombro. Eu coloquei as minhas mãos sobre os ombros dela e fechei meus olhos, esperando o beijo que juntaria nossas vidas pra sempre.

A partir daí tudo aconteceu muito rápido. Eu comecei a sentir a mãos dela me segurando cada vez mais forte, e uma dor terrível no peito. Até que abri os olhos, e a vi mordendo meu peito, exatamente onde fica o coração, com uma fome e fúria nunca antes vista. Eu queria de fato dar meu coração pra ela, mas não desse jeito!

Eu a empurrei com toda a força que ainda me restava, e tentei me afastar aos trancos e barrancos. Consegui me esconder atrás de uma lixeira, num beco sem saída. Me sentei no chão, e comecei a sangrar, comecei a chorar. Por causa dela, por causa da minha burrice, de achar que aquele romance seria possível, até que adormeci.

Quando acordei, eu entendi porque seria impossível ficar com ela. Entendi o que fazia dela tão diferente te mim. Aquela ausência de vida, e a vida toda que eu tinha pela frente. Porque isso jamais daria certo. Porque no momento em que acordei, a ausência de vida que existia nela passou a habitar em mim. Porque ao entregar meu coração pra ela, minha vida de fato mudou, mas não da forma como eu esperava.

Não tenho ela, não tenho meus amigos, não tenho vida, por que me apaixonei pela morte. E hoje vago me arrastando, assim como ela, atrás de um pedaço de vida pra preencher esse vazio.

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8 de abril de 2010

Ressurreição, por Rob Bell

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27 de fevereiro de 2010

10 anos Maanaim

É galera... minha igreja ja completouo 10 anos de vida eclesiástica...
E pra comemorar eu fiz um vídeo com os melhores momentos. Notem a evolução da qualidade das fotos no decorrer dos anos...

10 anos IPI Maanaim from Felipe Stresser on Vimeo.

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10 de fevereiro de 2010

40 motivos para casar com um jornalista


*O primeiro texto do blog que eu não escrevi, mas queria ter escrito.
Esta semana ficou famosa na internet uma lista do blog Espaço com Design com “50 motivos para não se casar com um designer”. Inspirado no post, muitas profissões aderiram a brincadeira e também criaram adaptações para as suas áreas.
Eu, só para ser do contra, resolvi também brincar. Mas ao invés de criar uma lista negativa, montei uma com 40 motivos para se casar com um jornalista, afinal, temos que falar das coisas boas também.
Segue a lista:
  1. Jornalista geralmente é criativo, ele vai surpreender você quando menos esperar;
  2. São curiosos e antenados, você sempre ficará por dentro de tudo que acontece;
  3. Eles não ganham bem, mas isso é bom porque vocês podem aprender a economizar dinheiro;
  4. No Natal, Ano Novo, Carnaval… eles provavelmente estarão na redação. Mas, pense pelo lado positivo: antes trabalhando do que vagabundando;
  5. E outra! Trabalhando muito, eles não têm tempo de se interessar por outra pessoa;
  6. Eles não são bons de matemática, mal sabem somar e subtrair; mas, para que saber isso se são os mestres da escrita?;
  7. Acostumados com pautas, são bem organizados e planejam bem as coisas antes de fazê-las;
  8. Como é fissurado por fontes, quando você tiver uma ótima idéia, não vai dizer aos amigos que foi coisa da cabeça dele. Dará todas as honras para você!;
  9. Como vivem numa rotina corrida, não tem muito tempo para opinar nas coisas da casa. O que você fizer, ele vai achar lindo;
  10. Tudo é um grande brainstorm (tempestade de ideias). Monotonia não vai entrar na sua casa!;
  11. Quando vocês brigarem, ele não vai achar que a opinião dele é a melhor. Tem que ouvir todos os lados de um fato, ele saberá analisar a situação!;
  12. Em coberturas de grandes eventos, você poderá entrar de gaiato. Cada final de semana em um lugar diferente: jogos de futebol, avenida de escola de samba, lançamento de livros…;
  13. Mantêm revistas e jornais no banheiro. Você nunca ficará olhando para o vácuo enquanto faz suas necessidades fisiológicas. Ganhará conhecimento!;
  14. Idolatram pessoas totalmente desconhecidas (o seu Zé, a Dona Maria, o Juquinha…) Todos com ótimas histórias de vida que vocês podem usar no cotidiano também para se tornarem pessoas melhores!;
  15. Não vai faltar café na sua casa. Café e jornalista são praticamente sinônimos;
  16. Ele pode escrever os votos matrimoniais da sua irmã, criar o conteúdo do site de negócios do seu pai, ensinar sua mãe a tirar fotos das amigas nos eventos do bairro. Ele aprende de tudo um pouco e gosta de compartilhar!;
  17. Tudo para o jornalista tem uma explicação. Eles nunca vão se contentar com a primeira versão de um fato. Você sempre terá uma resposta, mesmo que demore;
  18. São ótimos investigadores. Se alguém no trabalho passar a perna em você, rapidinho ele descobre quem é!;
  19. Como trabalham muito, não tem tempo para beber demais, fumar, se envolver com drogas… Você terá um companheiro saudável!;
  20. Tá bom, vai… eles não costumam comer coisas muito saudáveis. Mas se você for legal e fazer comida para ele levar ao trabalho, isso se resolve rapidinho, não é? =);
  21. Suas viagens nunca serão monótonas! Se acontecer qualquer movimento estranho, ele vai logo querer saber o que é e infiltrará você junto para desvendar o problema;
  22. Amam roupas leves e simples no dia a dia. Você não vai gastar muito dinheiro com isso;
  23. Mas também sabem se arrumar bonitinhos para os eventos. Você terá um parceiro que sabe ser simples, mas também sabe arrasar. Tudo vai depender da ocasião;
  24. A agenda é o seu melhor amigo. Mas, não fique com ciúmes! Pense pelo lado positivo, nunca vai esquecer nenhuma data importante, porque tudo fica rigorosamente descrito lá;
  25. Eles não ficam irritados com “nãos”, afinal, estão acostumados com assessorias de imprensa que não querem divulgar os bafões. Você não terá um companheiro irritado, mas, em compensação ele não vai desistir até conseguir o que quer. Mas só de não se grosso já vale, não é!?;
  26. Como são antenados, também sempre ficam sabendo das novidades tecnológicas primeiro. Às vezes, até ganham de presente para testar a ferramenta. Você terá tudo em primeira mão na sua casa;
  27. Eles não se importam com calor, chuva, trovões… afinal, precisam estar onde a notícia está! Você poderá ir na praia com 50 graus tranqüila ou aquela viagem dos sonhos pode se tornar um pesadelo no caos de São Paulo que ele não vai blasfemar. Ainda vai dar risada da situação;
  28. Acham que podem salvar o mundo com uma matéria. Olha que sensibilidade!;
  29. Eles sempre sabem tudo todo o tempo;
  30. Gostam de música para acalmar;
  31. Leem livros raros, histórias para crianças e semiótica… Seus filhos serão super dotados se depender dele;
  32. Sua vida social é infinitamente grande. Você nunca poderá reclamar que não conhece gente nova;
  33. Eles estão acostumados com coisas chatas e sabem contorná-las muito bem. O casamento nunca vai virar algo monótono;
  34. Eles gostam de camisas com estampas de alguma brincadeira sobre algo atual. Suas amigas vão ficar com inveja do seu companheiro inteligente;
  35. Eles sempre têm uma opinião sobre qualquer coisa na face da Terra. Durante uma conversa entre amigos, vocês nunca ficarão apagados;
  36. A maioria gosta de virar psicólogo, técnico de futebol e médico às vezes. Você terá um companheiro mil e uma utilidades;
  37. Por causa da profissão, são forçados a aprender mais de um idioma. Você vai ouvir “Eu te amo” em, pelo menos, umas três línguas diferentes;
  38. A primeira coisa que seu filho vai aprender é que a informação é a alma do negócio. Com dois anos, sua fofurinha vai saber o que é aquecimento global, mercado financeiro e já saberá criticar políticos;
  39. Gostam de mudar de cidade, estado e até de país. Você conhecerá muitos lugares!;
  40. Assistem documentários e vão a museus o tempo todo, não importa o que seja. Ô cultura
Via Thiago, por email, tirado de Diário de um Reporter

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28 de janeiro de 2010

Um Stand-up Edificante

Este é o palhaço Paulinho dando um show de bola falando do paralítico e os quatro amigos em Cafarnaum.

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13 de janeiro de 2010

Pipoca na Panela


É quase uma prática religiosa o ritual de entrar na fila da pipoca, antes de ingressar a sala de cinema, seja ela doce, salgada ou com manteiga em cima. A verdade é que a cultura da pipoca demorou para ser agregada a tradição cinematográfica.

Desde seu invento (o cinema, não a pipoca), os irmãos Lumiére já haviam visto o grande potencial. A primeira sessão de cinema da história, no subterrâneo do Grand Café, em París, havia sido um sucesso, apesar de não ter o tido tira gosto perfeito ainda. Como era um Café, durante a sessão as pessoas estavam sentadas em suas mesas, apreciando a projeção com grandes xícaras de café acompanhadas de croissant.
O susto durante a película “A chegada do trem a estação Ciotat” havia sido tão grande, que as pessoas derrubavam os cafés quentes em seus colos, ao sair correndo assustadas, afinal de contas, parecia que o trem ia sair da parede. O filme havia sim sido um sucesso, porém o hospital próximo teve uma série de entradas de pessoas com queimaduras pelo café.

A partir daí Georges Meliès começou a utilizar o já iniciado cinema de forma mais comercial, a contra gosto dos irmãos inventores. Porém, agora era proibido o consumo de alimentos nas dependências de onde eram feitas as projeções. Até o inicio do século XX as pessoas ainda temiam que grandes acidente como, a “grande tragédia do café”, como ficou conhecida, ocorresse de novo.
Já na América, o cinema era bem recebido. Desde que haviam se desenvolvido como país, depois da colonização e da guerra civil, os Estados Unidos estavam se firmando, rumo a tornar-se uma grande potência exportadora de milho. Os índios americanos, que haviam perdido terreno para os colonizadores europeus já conheciam a muito, a fina arte de aquecer o milho.

A sobrevivência dos ameríndios dependia da confecção de artesanato, e da venda do Mokwagahn, que no idioma Cheroki significa (O grande milho que pula). Este era vendido, por coincidência, próximo aos cinemas. Logo, o milho do índios “pipoqueiros” começou a ficar popular, e daí vem o nome em inglês: Pop, de popular, e Corn, de milho.

Não demorou muito para que a febre se espalhasse. Hollywood investiu pesado nessa nova mania, e junto com os filmes que lançava enviava receita de como fazer pipoca. Os europeus ficaram receosos, pois ainda sentiam as queimaduras do café, e ainda era proibido entrar com alimentos nos cinemas, mas logo cederam a nova mania, e a proibição virou mais um aconselhamento. Já os índios até hoje, nunca receberam os royalties de sua receita.

Na verdade essa história é uma grande mentira. Ninguém sabe por que comemos pipoca no cinema. Pra começar é mais fácil que comer pizza ou frango assado. E depois, é como se a pipoca resumisse toda a magia que envolve o ir ao cinema. Fazer pipoca é como convidar os amigos para ir ao cinema. Demora para que a vontade venha, assim como demora para o primeiro grão estourar. Porém, quando o primeiro grão explode e sobe, é como se ele voltasse para chamar os outros grãos para acompanhá-lo nessa festa.

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5 de janeiro de 2010

Deus Existe

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